O desporto ideal para o seu filho
Quarta, 10 Maio 2017 | Visto - 27394
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As crianças podem praticar um desporto se isso não interferir diretamente com o seu bem-estar, nomeadamente com o seu descanso. As escolhas começam a ser prejudiciais quando exigem esforços exagerados ou levam à exaustão de crianças e adultos.
Os pais perguntam-se muitas vezes se devem escolher um desporto para o seu filho e, se sim, qual o mais indicado. As escolhas começam a ser prejudiciais quando exigem dos pais e dos mais pequenos esforços exagerados, quando levam à exaustão de crianças e adultos.
Para ter a certeza que o seu filho não vai estar no grupo das crianças sobrecarregadas, responda honestamente às seguintes questões dois meses depois do início das aulas:
O seu filho tem problemas de sono? Fica ou não contente sempre ou quase sempre que é dia/ hora da atividade? Queixa-se constantemente que quer estar com os pais e em casa?
Relativamente à escolha de um desporto em particular, este deverá ser adequado à fase de desenvolvimento da criança e ter em conta a sua idade, personalidade (como por exemplo a autoconfiança e o grau de sociabilização) e as suas verdadeiras necessidades. A escolha do desporto deve ser feita em conjunto (entre pais e filho), respeitando o gosto e interesse da criança. Não cometa o erro de inscrevê-la no futebol (ou no ballet) só porque esse era o seu desporto favorito quando era mais novo!
Melhor opção: os “completos”
Vejamos então o que cada uma das modalidades mais populares têm para oferecer:
Nas modalidades individuais, como a ginástica, patinagem ou natação, a criança é confrontada consigo própria. É obrigada a esforçar-se, o que vai promover a sua confiança. Mas atenção, porque também pode vir a sentir-se sozinha…
Os desportos coletivos, como o futebol, hóquei ou râguebi, implicam combate e oposição, confronto com os outros, mas podem exacerbar o espírito de competição. Embora, por outro lado, ajudem a trabalhar em equipa, a aprender a respeitar os adversários e a desenvolver regras.
E quanto à competição?
A competição e a especialização desportiva são prejudiciais e não estão recomendadas antes dos 8-9 anos de idade. Porquê? Porque costuma exigir-se à criança uma dedicação e sacrifício que a podem levar a estados de profunda ansiedade. Para além disso, existe ainda o risco de lesões provocadas pela atividade desportiva.
O ideal é optar inicialmente pelos desportos básicos, como natação, dança e ginástica, (os chamados “desportos completos”) que trazem grandes vantagens para o desenvolvimento psicomotor da criança. Trabalham a flexibilidade, a resistência e a coordenação motora.
E quanto ao temperamento da criança?
Para crianças tímidas, os desportos coletivos são os mais indicados, uma vez que promovem o relacionamento entre os colegas. As crianças desafiadoras da autoridade necessitam de adquirir disciplina e noção dos limites. Artes marciais como o judo e a capoeira, que se baseiam no princípio da não-violência e no equilíbrio entre o corpo e a mente, ajudam-nas a desenvolverem a sua capacidade de auto controlo e a reduzir a agressividade.
Para as crianças distraídas são uma excelente opção todos os desportos que exigem concentração e movimentos ao mesmo tempo, como é o caso do judo, da natação ou do ténis.
Como mantê-los motivados?
Existem basicamente três causas para a falta de motivação:
A criança pode estar a ser confrontada com um desafio demasiado grande ou ter um problema de relacionamento com o treinador. Pode ter-se zangado com um amigo que já não queira brincar com ela... Pode ainda estar a sentir-se pressionada, pelos pais, para a perfeição. É um erro comum os pais reagirem emocionalmente à performance desportista ou artística dos seus filhos (demasiado entusiasmados quando eles são bons ou desiludidos quando não se destacam). Seja objetivo e neutro. Convença-se que, mesmo que pareça que todas as outras crianças estejam a ter sucesso, isso não é verdade. Tente ter expectativas realistas e não se esqueça que o seu filho é apenas uma criança, não uma estrela!
Em qualquer dos casos, é importante perceber que grande parte destes desafios costumam resolver-se naturalmente e que em breve estará tudo bem.
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