Cada um a seu ritmo
Escrito por Paulo Oom Segunda, 09 Setembro 2013 | Visto - 58900
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O desenvolvimento do bebé no primeiro ano de vida. Conheça os sinais de alarme.
O desenvolvimento infantil não é fácil de medir pois está sujeito a muitas variações individuais, pelo que nenhuma criança é igual a outra. Mais do que saber em que idade é que a criança deve fazer determinadas tarefas, o importante é perceber por que regras se orienta o desenvolvimento infantil.
Não devia já segurar a cabeça?”; “Não devia sentar-se sozinho?”; “Porque não começou ainda a andar?” “Já devia sorrir?” “Será que ouve bem?” estas são algumas perguntas que muitos pais fazem todos os dias e que inúmeras vezes se ouvem nos consultórios de Pediatria.
A causa é fácil de identificar. O desenvolvimento infantil não é algo fácil de medir, como o peso, o comprimento ou o perímetro cefálico, para os quais os pais podem ter valores concretos e interpretar os gráficos que veem no boletim de saúde infantil. É bem mais difícil de avaliar e está sujeito a muito mais variações individuais pelo que nenhuma criança é igual a outra e cada uma tem o seu ritmo próprio.
O desenvolvimento infantil engloba muitos aspetos que a criança vai aprendendo gradualmente, etapa a etapa e em simultâneo. São exemplos o desenvolvimento motor (sentar, gatinhar, andar), o desenvolvimento da linguagem (os primeiros sons, palrar, palavras, frases completas), o aperfeiçoamento da audição e da visão e, finalmente, o desenvolvimento do comportamento, autonomia e socialização. O desenvolvimento infantil pode ser avaliado e estudado em todas estas diferentes áreas que, em cada criança se desenvolvem simultaneamente. Mais do que isso, um atraso no desenvolvimento de uma pode condicionar atrasos em outras áreas do desenvolvimento.
Mais do que saber em que idades é que a criança deve fazer determinadas tarefas, o importante é perceber por que regras se orienta o desenvolvimento infantil. Vamos então relembrar essas regras, aproveitando cada uma delas para rever alguns marcos importantes do desenvolvimento motor.
Um processo contínuo
O desenvolvimento infantil é um processo contínuo. A criança não se desenvolve por saltos mas dia-a-dia. Não aprende a sentar-se numa manhã nem a andar numa tarde. Mesmo que algumas destas proezas pareçam acontecer de repente, elas correspondem a um processo contínuo que só de tempos a tempos se torna evidente. É muitas vezes recordado o dia em que começou a andar mas esse dia é apenas a ponta do iceberg, o resultado visível de um longo processo de aprendizagem e maturação.
Para ilustrar esta regra não há melhor exemplo que as mãos do bebé. O recém-nascido tem as mãos quase sempre fechadas. Por volta de um mês de idade a mão vai-se soltando progressivamente e são já visíveis movimentos dos dedos. Por volta dos dois meses as mãos estão quase sempre abertas. O modo como a criança agarra os objetos que tem ao seu alcance vai também evoluindo ao longo do primeiro ano de vida. Aos três meses o bebé segura um objeto que lhe seja colocado na palma da mão, mas este agarrar é em parte involuntário. Por volta dos seis meses consegue segurar voluntariamente um brinquedo utilizando a palma da mão. O polegar e o indicar não têm ainda muita utilidade. Aos oito-nove meses a criança começa a pegar nos objetos utilizando também o polegar que coloca contra a palma da mão, fazendo uma pinça ainda imperfeita e só perto dos 12 meses é capaz de fazer uma pinça perfeita entre o polegar e o indicador. Este aprender nunca ocorre “por saltos” mas antes de forma contínua. É um processo de aprendizagem gradual.