Síndrome do grito do gato


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Apesar de apresentar uma forma muito grave de deficiência intelectual, a Raquel foi sempre evoluindo: aos três anos começou a andar, aos quatro disse a primeira palavra e aos cinco parece compreender muita coisa.


A Raquel, em bebé, era invulgarmente bonita. Era loura e tinha uns olhos de um azul muito intenso. Mas comia muito mal e não conseguia dormir mais de duas horas seguidas. O seu choro, muito estranho, assemelhava-se ao grito de um gato. O pediatra que a viu na maternidade de Chaves pediu logo a ajuda de um geneticista, o qual, pouco depois, após a realização de exames genéticos específicos, formularia um diagnóstico bem terrível: a bebé sofria de uma rara alteração genética, localizada no cromossoma 22, e que causava a síndrome de “cri du chat” (síndrome do grito do gato). Os pais ficaram em estado de choque. Como é que isto aconteceu? Porquê a eles? Foi-lhes dito que a situação era gravíssima e eles ficaram ainda mais desanimados. Pouco tempo depois, o pediatra do desenvolvimento que a viu em Braga, com muita sabedoria e bom senso, desenhou um complexo e ambicioso programa de intervenção, com o fim último da construção de um projeto de vida para a Raquel. Apesar de apresentar uma forma muito grave de deficiência intelectual, a Raquel, embora lentamente, foi sempre evoluindo: aos três anos, de uma forma titubeante, começou a andar; pelos quatro anos de idade, parece ter dito a primeira palavra; e, hoje, aos cinco, dá a impressão de compreender muita coisa. Mas à noite, quando o pai chega a casa, ela abraça-o e dá-lhe mil e tantos beijos, de uma forma tão terna e comovente, que o pai já se convenceu de que a Raquel, apesar da sua grave doença, é um anjinho que Deus lhe enviou.


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