“Baby-blues” ou depressão pós-parto?


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Mais lenta e insidiosa, a depressão declara-se com maior clareza ao fim dos primeiros dez a 15 dias após o parto, e vai evoluindo no sentido de agravamento nas semanas seguintes.

Vimos já o que define o “baby blues”, um estado melancólico de instalação precoce e evolução rápida frequente no pós-parto. Hoje vamos debruçar-nos sobre a depressão pós-parto. Não deve ser algo temido pelas mães e estas não devem angustiar-se cada vez que se derem conta de que estão com umas lágrimas nos olhos, até porque, ao contrário do “baby blues”, afeta apenas uma minoria. Porém, estar atento e fazer um diagnóstico precoce desta situação é fundamental para uma abordagem com sucesso.
Numa altura de maior vulnerabilidade psicológica e física, com todas as adaptações ao novo estatuto de mãe, não é de surpreender que o terreno emocional se proporcione a uma depressão, sobretudo se houver fatores de risco associados. Entre estes, um exemplo é haver história familiar de depressão, não só por uma eventual predisposição familiar mas também pelo impacto que tem na formação da personalidade o ter convivido estreitamente com um familiar (mãe ou pai) com depressão; o facto de a própria ter tido depressão, mesmo antes da gravidez, pode também ser relevante. Ter passado por uma situação de perda de um familiar ou conflitos recentes, ou ainda problemas laborais ou mesmo a perda de um emprego, são outros fatores que podem concorrer para uma maior fragilidade emocional que permite a instalação deste quadro.

A depressão caracteriza-se por um quadro de tristeza profunda, desinteresse pelo bebé e pelas atividades diárias, falta de iniciativa, insegurança ou até convicção da incapacidade para tratar do bebé, mudanças de humor bruscas ou alguma agressividade dirigida para os familiares próximos ou mesmo para o bebé... A mãe deprimida muitas vezes não cuida de si própria, sente--se incapaz até de cuidar da sua imagem e sente-se sem objetivos. Esta é uma situação que pode ser tratada e revertida, devolvendo a funcionalidade a um núcleo familiar que inevitavelmente a perde, seja através de meios farmacológicos ou abordagens como a psicoterapia. Assim, o importante é reter que, perante uma situação destas, torna-se sempre imperativo procurar a ajuda de um profissional de saúde.

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