Posições da mãe no trabalho de parto

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A cama deve representar o repouso da guerreira, o amparo, o recolhimento para quando apetecer, pelo menos enquanto a bolsa de águas está intacta e o bebé se encontra bem.


Para se ter o controlo sobre o bem estar do bebé, será preciso monitorizar a sua frequência cardíaca e ver-se como reage à contração. Para este fim, não será estritamente necessário que a mãe fique presa à cama com um cardiotocograma (CTG) a decorrer. Se estiver numa instituição que disponha de CTG ambulatório, poderá deambular e mesmo assim os profissionais de saúde manterem o controlo através de um monitor que vai registando o traçado. Se não houver esse tipo de dispositivo, poderá efetuar-se um registo intermitente, acordando com a grávida intervalos na sua actividade para se fazer um registo de alguns minutos. Assim, durante o tempo livre, a grávida poderá caminhar, utilizar a bola de Pilates, dançar, enfim, fazer o que lhe apetecer... Para as grávidas que pretendem ensaiar um parto sem analgesia, a atividade alivia a perceção da dor e facilita a descida do bebé na bacia; quando cansadas podem deitar-se um pouco, de preferência sobre um dos lados. Deitadas ou na bola de Pilates, será sempre possível colocarem o seu parceiro “de serviço”, nomeadamente para massajar a sua região lombar, conseguindo alguma descontração que alivia a sensação de dor.

O ideal será sempre procurar uma posição que lhe permita relaxar e, quando a dor apertar mais, conseguir coordenar o relaxamento com o tipo de respiração adequado à fase do trabalho de parto em que está, tendo em mente aproveitar ao máximo o intervalo de tempo entre as contrações, procurando relaxar logo a partir do momento em que sente a dor começar a diminuir, e não apenas nos momentos em que há mesmo ausência de dor.

Um parto natural sem analgesia é perfeitamente possível e, se é esse o seu desejo, pode experimentar essa opção. Porém, se a dada altura quiser repensar e solicitar ajuda no controlo da dor, mesmo que recorrendo à analgesia epidural, não fique presa a sentimentos contraditórios como a sensação de insucesso ou até alguma vergonha por estar a “desistir”... O importante é que se sinta confortável para receber o seu bebé da melhor maneira possível. Não será mais ou menos seu filho e não lhe terá mais ou menos amor por ter sentido mais ou menos dor...


Barriga para cima, não!

Parece uma intromissão, mas não é... Os obstetras parecem querer intrometer-se em tudo: no que a grávida come, no que faz, na posição em que dorme ou em que vê televisão! Mas não é intromissão, é mesmo uma necessidade que tem como objetivo proteger a grávida e o seu bebé.

O útero tem, por trás de si, estruturas importantes na medida em que se tratam das vias principais da circulação materna: a aorta e a veia cava. Esta última é responsável pelo sangue que regressa ao coração, pelo que, se interrompemos o seu fluxo ou o diminuirmos, por consequência estaremos a comprometer o volume de sangue oxigenado que o coração ejetará na “bombada” seguinte. Se isto acontecer, os tecidos mais sensíveis a uma pior perfusão como o sistema nervoso da grávida ressentir-se-ão, causando com alguma frequência mal estar, enjoo, diminuição da tensão arterial ou até sensação de desmaio. Dependendo a circulação fetal da circulação materna, é evidente que as repercussões também se farão sentir no bebé... Assim, recomenda-se à grávida que a partir da segunda metade da gravidez evite ficar deitada de barriga para cima, a dormir, a ver televisão, a ler... e que procure que o seu corpo fique sempre com uma pequena inclinação para um lado, de forma a deslocar o peso do útero – e do seu conteúdo – de cima destes vasos.


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