Porque não quer lavar-se?

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“Mas, mãe, eu já as lavei de manhã!”, diz Tomás, de sete anos, que se esquece, dia sim, dia sim, de lavar as mãos antes de comer. É natural: a comida sabe-lhe igual com as mãos sujas ou limpas e prefere não desperdiçar nem um minuto de brincadeira.

Nesta idade, a higiene pessoal é a última das suas preocupações. E não se recusam apenas a lavar as mãos, renegam o asseio em geral: resmungam na hora do banho e queixam-se sempre que é preciso lavar o cabelo, cortar as unhas ou escovar os dentes. Se acabam por ceder, fazem-no depressa e com má vontade. Nenhuma passaria o teste do algodão...

Soluções para serem mais asseados
Ao ensiná-los a cuidar da higiene pessoal estamos a transmitir-lhes como é importante tratar do próprio corpo e o prazer que isso dá, não só para agradar aos outros, mas também para nos sentirmos bem connosco. No entanto, se insistimos muito no assunto, só conseguiremos aumentar a sua birra e fazer com que o assunto se converta num conflito familiar. O que funciona melhor nestes casos é transformar os hábitos de higiene em algo divertido. Se se entretêm enquanto cuidam de si, ganhámos a batalha da sujidade!

Motivação: Pensemos num modo de incentivá-los. Por exemplo, os que recusam o duche pode ser que não resistam a uma banheira cheia de espuma. Nesta idade, continuam a gostar dos brinquedos: pistolas de água, arcos para fazer bolinhas de sabão e óculos de mergulho podem ser um bom atrativo. Podemos também deixar que oiçam música no banho e organizar competições, entre irmãos ou com os pais, para escovar as unhas (“vamos ver quem as deixa mais limpas!”) ou lavar os dentes (“vamos ver quem aguenta mais tempo a gargarejar?”).

Mais autonomia. Chateia-os que estejamos o tempo todo a insistir para que se lavem, e mais ainda, que passemos a limpo, de esponja em punho, as zonas mais complicadas (axilas, costas, orelhas...). Nesta idade já podem tomar banho sozinhos e, além disso, as tarefas que gostam menos, como lavar o cabelo, costumam ser mais leves se forem eles próprios a fazê-las. Devemos permitir que se ocupem da sua higiene mas, claro, supervisionando e recordando-lhes, com tato, sempre que se esqueçam de alguma parte. Durante um certo tempo ainda convém dar-lhes uma mãozinha com o mais difícil: cortar as unhas, pentear e desembaraçar o cabelo, etc.

Deixá-los escolher.
Sejamos flexíveis e demos-lhes liberdade para decidir algumas coisas: se preferem duche ou banho, se querem lavar-se antes ou depois de fazer os trabalhos de casa.

Pactos.
Não há que levar demasiado a peito esta questão da higiene pessoal. O melhor é negociar com a criança uns mínimos incontornáveis: lavar as mãos antes de comer e depois de ir à casa de banho, escovar os dentes duas vezes por dia, um duche ou banho três ou quatro vezes por semana e o cabelo lavado uma ou duas vezes pode ser suficiente.

Rotina. É necessário deixar-lhes claro quando o duche é imperativo, como, por exemplo, nos dias em que praticam desporto. Elaborar um calendário das “obrigações” que se estabeleceram previamente pode servir para lhes avivar a memória e evitar discussões.

Tempo. Para evitar que se lavem a correr ou passem horas “de molho”, podemos estabelecer uma duração mínima ou máxima, consoante o caso. Colocar uma ampulheta ou um “avisador” de cozinha na casa de banho é uma forma divertida de medir o tempo.

Produtos atrativos.
Deixar que escolham o dentífrico, o gel, a esponja ou o champô que mais gostam pode motivá-los. Oferecer-lhes adornos para o cabelo, um pente bonito ou uma água de colónia pode ser o prémio merecido depois de várias semanas a lavarem-se sozinhos sem ser preciso lembrar-lhes.

Coisas de gente grande. Muitas crianças sentem-se atraídas pelos produtos e acessórios dos pais, como a escova de dentes elétrica ou os aparelhos para massajar os pés ou as costas. Se não forem perigosos, não há qualquer inconveniente em permitir que os usem. Também podemos emprestar-lhes o nosso amaciador do cabelo ou gel de banho. Outra ideia que pode resultar é deixá-los usar a nossa casa de banho.


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